O fim de ano é muitas vezes associado a um período de comemorações e alegria, mas algumas pessoas experimentam no mês de dezembro uma certa melancolia, tristeza e até ansiedade. É a chamada síndrome de fim de ano ou depressão de fim de ano.
Apesar de não ser formalmente classificado como uma doença, esse sentimento tem recebido cada vez mais atenção de especialistas, que fazem o alerta para que as pessoas não ignorem a tristeza, já que ela pode evoluir para um problema mais sério.
Neste texto, vamos explorar diversas nuances dessa condição, incluindo suas causas mais comuns e o que é possível fazer para afastar a tristeza no fim de ano. Acompanhe!
O que é a síndrome de fim de ano?
A síndrome de fim de ano é caracterizada pela manifestação de ansiedade, depressão e frustração no período das festas de fim de ano. O problema atinge sobretudo quem já está passando por questões emocionais, mas pode se manifestar em qualquer pessoa.
Geralmente, o sentimento negativo passa com o fim das festas e o início de um novo ciclo.
A “dezembrite” tem características similares à depressão sazonal que ocorre no hemisfério norte no inverno. Em países como os Estados Unidos, o período do Natal e do Ano Novo pode ser acompanhado de uma certa melancolia, que tem como gatilhos o céu cinzento, a preocupação com os problemas que o inverno pode trazer e o próprio clima, que leva as pessoas a ficarem mais isoladas.
Quais as causas da depressão de fim de ano?
Esse estado emocional melancólico no fim do ano tem diversas causas, já que somos expostos a várias situações típicas desse período festivo.
Mudanças importantes
Muitas pessoas escolhem o fim do ano para fazerem mudanças importantes em sua vida e assim iniciar o novo ano com outras perspectivas. Mas ter que lidar com grandes decisões acaba gerando muita pressão e pode despertar a tristeza.
Nessa época muitos cogitam mudar de casa, de emprego, encerrar relacionamentos, casar-se, ter filhos ou iniciar um grande projeto pessoal.
Reuniões familiares
O Natal e o Ano Novo são festas em que é comum reunir familiares, incluindo aqueles com quem não tivemos contato durante todo o ano. Isso pode gerar ansiedade, já que muitas vezes é preciso lidar com problemas mal resolvidos ou fazer um grande esforço para passar um tempo com pessoas com as quais não nos damos bem.
Além disso, o cenário político que vivenciamos nas últimas eleições presidenciais causou brigas e divisões no seio familiar e, mesmo após o pleito, inúmeras diferenças ainda não foram superadas. Assim, muitas pessoas temem que o reencontro seja desagradável e gere mais brigas.
Por fim, nesses dias é comum lembrar com mais frequência de entes queridos que já se foram, e o fato de eles não estarem mais ali para compartilhar aquele momento especial pode gerar tristeza e frustração.
Excesso de trabalho
O excesso de trabalho e a pressão exercida pelos supervisores se tornam ainda mais latentes no fim de ano. Quem trabalha com o comércio fica sobrecarregado e, mesmo aqueles que irão conseguir tirar uma folga, muitas vezes precisam trabalhar mais para adiantar as coisas.
Dessa forma, é difícil desligar-se totalmente do trabalho, o que gera um grande cansaço mental e reduz a empolgação com as festas.
Frustração
O fim de ano também é uma época de reflexão, o que deixa muitas pessoas frustradas. Pois é comum que os objetivos estabelecidos para o ano sejam analisados. Porém, perceber que muitos deles não se concretizaram gera uma sensação de fracasso.
A análise dos erros e acertos costuma ser feita de uma forma feroz, e alguns ficam deprimidos diante da ideia de que o tempo está passando e seus objetivos não foram alcançados.
Expectativas para o futuro
No Natal e no Ano Novo as pessoas renovam suas expectativas para o futuro, fazem planos e promessas. Mas quando os sonhos são muito complexos ou ainda parecem distantes, a euforia é tomada por dúvidas e um sentimento de vazio ao pensar no próximo ano.
Como lidar com a síndrome de fim de ano?
A síndrome de fim de ano não deve ser encarada como algo natural. Por isso, é importante tentar afastar a tristeza seguindo algumas das dicas abaixo.
Faça sessões de psicoterapia
Por meio das sessões de psicoterapia o paciente pode entender melhor suas questões, conhecer a si e descobrir quais são seus gatilhos. Também é uma forma de fortalecer o seu emocional.
Resultados sólidos com a psicoterapia exigem um bom número de sessões, mas há pacientes que já apresentam uma grande melhora logo nos primeiros encontros. Ao desabafar, muitos experimentam uma sensação de alívio.
Além disso, o paciente se sente mais confiante por estar diante de um profissional, que irá ouvir suas ponderações sem julgamentos e ajudá-lo a sair daquela situação.
Os consultórios de psicólogos costumam ter um aumento da demanda nessa época do ano. Muitos pacientes novos surgem, enquanto pacientes antigos retornam para novas sessões. Por isso, é importante fazer seu agendamento o mais rápido possível.
Aproveite as festas com moderação
Após um ano cansativo, não é incomum que as pessoas usem as festas de Natal e Ano Novo para extravasar e “aproveitar” ao máximo. O problema é que isso resulta em uma série de comportamentos que não são benéficos para o corpo e a mente, como comer em excesso e consumir muita bebida alcoólica.
Depois das comemorações, essas atitudes costumam gerar arrependimento, frustração e tristeza. Por isso, a melhor opção é aproveitar tudo sem perder o controle e focar na convivência com pessoas queridas e na construção de boas memórias.
Entenda que não há problema em não gostar dessa época do ano
No Natal e no Ano Novo é importante respeitar a si e evitar fazer coisas que você não gosta ou não quer naquele momento. Não há nada de errado em não planejar grandes festas e preferir passar por essa época de forma mais intimista.
Crie objetivos realistas
Para amenizar a síndrome de fim de ano, evite estabelecer objetivos em excesso ou que estejam fora da sua realidade no momento. Entenda que o caminho até a realização dos sonhos nem sempre é rápido e linear e que você não precisa fazer tudo em um único ano.